segunda-feira, 16 de abril de 2012
Constelações
São meus estes olhos refletidos no vidro.
São dela estes sonhos que saltaram
de compartimentos que a memória armazenou com zelo.
Choro por não ser ela,
por não poder correr seus campos floridos
e me perder em meio às suas constelações
em noite aquecida por fogueira e vinho.
Tudo:
anseios, apegos, ventura
expiraram com o vendaval das medidas arbitrárias da duração das coisas.
Dela, só restou aquele vestido-amarelo-de-girassóis-na-barra
e o cheiro do patchouli que impregnou.
Sou eu a vagar por aí
com lenço, documento, sem vontade de aqui ficar.
Oxalá o tempo voltasse
e eu nas asas dele,
no céu que ela um dia fez pra mim.
Cristina Lopes.
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Poesia encantadora e bela.
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