rapa de angu é um bom tira gosto - foto da Leticia Caetano

segunda-feira, 28 de março de 2011

Março, mês das mulheres

Foto da presidenta e da prefeita de Contagem: Roberto Stucket/PR







Da Primeira Mulher à Liberdade Sexual

Autoria: Luciana Senra
O modelo da mulher que não se deixa submeter ao sistema patriarcal é bem mais antigo do que muitos pensam. O mito de Lilith, conhecido entre os babilônicos e hebreus, foi referencia para o movimento feminista durante o século XX.
Sua atitude sem dúvidas traria uma “influência negativa” às submissas mulheres medievais, quando o cânon cristão foi definido, e talvez por isso seu nome não seja citado no mito da criação cristã. Na tradição hebraica (Talmud e Midrash), Lilith é citada como a primeira esposa de Adão. Ela, segundo o mito, foi criada tal qual Adão, da mesma matéria que ele.
A desigualdade de posições entre homens e mulheres é uma realidade cultural entre muitos povos desde a antiguidade. E esse pensamento, mesmo no século XIX, quando não são assumidos declaradamente por alguns, freqüentam o subconsciente de outros. Poucos ao tomarem contato com o mito das Amazonas, pertencente à proto-história Grega, não se admiram com a possibilidade de terem havido, já naquela época, mulheres auto-suficientes e principalmente capazes de guerrear em posição de igualdade com homens.
Assim como as Amazonas, o mito de Lilith apresenta a mulher numa posição de igualdade, mas também de decisão frente ao seu próprio destino. Conforme o mito, Lilith ela jamais aceitou sua posição de submissão durante o ato sexual. Assim ela disse: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.” Reivindicou junto a Deus então aquele que acreditava ser seu direito, mas Ele afirmou que o domínio do homem sobre a mulher era a ordem natural das coisas.
Decidida, Lilith então deixa o Jardim do Éden.
A separação dá significado ao título que receberá: demônio (aquele que separa). E é referida como a serpente que tentou Eva, levando Adão ao pecado original. Após deixar o Éden, teria Lilith se unido a outros demônios.
Lilith era cultuada na Mesopotâmia, associada aos ventos e por isso acreditava-se que era portadora de doenças, mal-estares e até da morte. Seu símbolo era a Lua, por isso seria uma deusa de fases boas e ruins. Após o cativeiro da Babilônia, Lilith perde um pouco de sua representatividade e Eva é criada, segundo o mito judico-cristão, para sanar a solidão de Adão.
Algumas associações foram feitas entre Lilith e algumas divindades, como Inanna (deusa suméria da guerra e do prazer sexual) e a mais interessantes delas, como Hécate, deusa grega, que segundo a mitologia guardava as portas do mundo dos mortos, a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.
O Mito de Lilith ganhou releituras por parte dos escritores românticos. Perdeu o status de demônio, com uma grande diversidade de atributos malignos acrescentado durante a Idade Média, e ainda hoje é um símbolo da libertação sexual feminina.
Fonte:www.facesdahistoria.com

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